Artesanato de Rondônia é selecionado para ter Plano de Desenvolvimento do setor

05/12/2013

Reconhecido como um Arranjo Produtivo Local (APL), aglomeração de empreendimentos de mesmas atividades produtivas em determinado território, o segmento do Artesanato foi selecionado para receber serviços de empresa especializada na elaboração do Plano de Desenvolvimento do setor em Rondônia.  A seleção foi realizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em parceria com o Ministério da Cultura (Minc)), por meio de edital disponibilizado às unidades federativas do País para inscreverem APLs intensivos em Cultura de suas regiões.

Em Rondônia, o setor foi reconhecido como principal interveniente econômico dentro da questão cultural após reunião realizada entre o Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais (NEAPL), instalado na Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), e atores envolvidos, em setembro passado. O núcleo entendeu que além de trabalhar a questão turística do Estado, o segmento possui um processo de associações e cooperativas melhor organizado. Com a seleção do arranjo, o artesanato passará por um processo de planejamento estratégico no primeiro semestre do próximo ano, visando alavancar suas potencialidades contribuindo para valorização, fortalecimento e segurança produtiva dos envolvidos, além de auxiliar o desenvolvimento do Estado.

De acordo a coordenadora do Programa de Artesanato Brasileiro, instalado na Superintendência Estadual de Esporte, Cultura e Lazer (Secel), Wélida Sodré, existem mais de 10 mil artesãos em Rondônia, porém apenas 800 estão cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab). Até quatro anos atrás, a coordenadora explicou que Brasília desconhecia a existência da categoria em Rondônia, mas que com o cadastro foi possível ter este reconhecimento. “Os artistas precisam de mais apoio. Nos últimos anos a situação tem melhorado, mas falta muito ainda. Eles estão receptivos à construção deste Plano, pois terão oportunidade de melhorar condições de trabalho, conhecimento, técnicas, entre outros. Qualquer projeto que tenha o objetivo de alavancar o desenvolvimento do artesanato é bem vindo”, ressaltou a coordenadora.

 

Expectativas

Nós últimos anos, com a instalação da Feira do Sol, na Estrada de Ferro Madeira Mamoré, o cenário do artesanato tem melhorado em Porto Velho, mas ainda falta muito para que os artesãos sintam o reconhecimento dos seus trabalhos.

Para a artesã Maria Divina, que trabalha bordado e crochê em tecidos, e também monta chaveiros e broches com sementes, o Plano vai ajudar muito. “Estou disposta a participar na construção deste Plano, pois existem muitas ações que gostaríamos de propor como, por exemplo, uma estrutura melhor para a nossa Feira, que tem como principal cliente o turista”, disse a artesã.

Trabalhando em confecções de artigos, como bolsas e bijuterias, utilizando o Capim Dourado, a artesã Glória Ambrósio, da Associação de Artes da Amazônia, disse que muitas pessoas não sabem exatamente onde encontrar produtos artesanais na Capital e que o Plano pode auxiliar também neste processo.

Entre as matérias-primas predominantes na confecção dos principais produtos artesanais no Estado estão as sementes, madeiras e tecidos. Outros materiais como a palha, cipó e a cerâmica também são utilizados, sendo este último com predominância em Pimenta Bueno. O trabalho de reciclagem também é desenvolvido por artistas em Rondônia.

Dos 27 estados brasileiros, 21 tiveram seus APLs intensivos em Cultura selecionados.

 

 

 

Texto: Jane Carla

Fotos: Silvia Assis

Fonte: Sepog/Imprensa